quarta-feira, 21 de setembro de 2011

poema

ninguém, mas ninguém mesmo, conta sonhos como o paulo neves, do blog nolimiar. mas como ele tem contado alguns, me inspirei a contar o que tive esta noite. no sonho, eu lia um poema, mais ou menos assim: oito/ oito/ .../.../.../rua, casa, poste, capim. eu lia e dizia que era um poema sonoro e que era muito difícil lê-lo. alguém se sentou na cadeira em que eu antes estava sentada e disse: esse poema é ridículo e não é sonoro, é mental. retruquei, sentei naquela mesma cadeira e comecei a argumentar, com demonstrações, como o poema era sim sonoro e visual. que as reticências imitavam a palavra oito, que era impossível oralizar as reticências e que o último verso era todo feito de justaposições, sem a presença de um verbo e que isso o tornava muito visual, praticamente cubista. todos riram de mim, eu escorreguei da cadeira e fui deslizando pelo chão, até bater contra a parede. ainda esmagada contra a parede, eu gritava: o poema é sonoro, sim. não é racional! ninguém me entendia, mas não cedi e, mesmo envergonhada e humilhada, mantive minha opinião.

3 comentários:

  1. Noemi, acabo de ler um poema de Carlos de Oliveira: Lavoisier, que acho, diz como seu poema é sim, sonoro.
    "Na poesia/ natureza variável das palavras/ nada se perde/ ou cria/ tudo se transforma:/ cada poema/ no seu perfil/ incerto/ e caligráfico/ já sonha/ outra forma/."
    Bons sonhos!
    Beijo,
    Maice

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  2. só você, noemi, para contar tão bem um sonho e fazer rir. Um beijo.

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