domingo, 31 de julho de 2016

óbvio

escrevo porque quero reconhecer a obviedade do óbvio. escrevo porque quero desconhecer a obviedade do óbvio.

sábado, 23 de julho de 2016

vão

desorganizar os roteiros agradáveis do mesmo e especular as estrelas do nada abracadábrico do vão.

segunda-feira, 18 de julho de 2016

nada

às vezes acho, sinto, que estou quase raspando no não nome, no não centro, no centro do quase nada, no nada do quase, até lá. mas, logo, então, resisto. retorno para o nome errado das coisas que são quase coisas, quase palavras, quase reais. fico aqui, onde se pode, por pouco, ainda fazer uma coisa, quase nada, pelo que não foi, não é, talvez seja. quem sabe lá, onde quase fui, que avistei, também desse, mas lá é tão longe, tão perto, não vou, não.

sexta-feira, 8 de julho de 2016

meia

em português é menos vaidade, menos meias. em inglês, less vanity, fewer socks. como prefiro o português, em que vaidade e meias não se dividem em contáveis e não contáveis, como em inglês, em que se diz countable and uncountable nouns. quem disse que meias são mais contabilizáveis do que a vaidade? eu diria até que é o contrário. as meias é que são da ordem do abstrato, do conceitual e a vaidade está mais para o pedestre. mas prefiro mesmo é essa indistinção entre açúcar, amor, flocos de chocolate granulado e angústia. tudo menos.

quarta-feira, 6 de julho de 2016

alguém

tudo está sempre em estado de coincidência, incidindo ao mesmo tempo. para que se torne uma espécie de milagre, basta que alguém as reúna numa história. as coincidências são o amor de alguém por uma narração.